Inclusão: um processo de gestão escolar

Iniciei meu trabalho como coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Bariri no ano de 2009, sempre trabalhei com Educação Especial e minha formação e voltada a esta área. Havia uma criança cega que neste ano iria cursar o 2º ano do Ensino Fundamental, a qual era acompanhada por professoras auxiliares com conhecimento em braille, porém solicitei a Diretora de Educação que deixasse uma especialista em educação especial, com conhecimento de braille para acompanhar esta criança e adaptar as atividades em braille, que hoje está no 5º ano alfabetizada e produzindo pequenos textos.

No ano seguinte fizemos a matrícula de uma criança com paralisia cerebral, começou a frequentar o nível V e colocamos uma cuidadora (estudante de pedagogia) para colaborar com os cuidados da aluna, hoje ela está no 2º ano e uma professora acompanha esta aluna na sala de aula, utiliza a comunicação alternativa como recurso de comunicação. Neste mesmo ano recebemos um aluno de transferência de outro município com surdez profunda, ele veio de um 3º ano sem conhecer LIBRAS, consequentemente sem estar alfabetizado, o colocamos no período contrário da aluna cega e a mesma professora especialista em braille e LIBRAS começou a ensinar LIBRAS. Hoje ele está no 5º ano, se comunica com a LIBRAS e está em um processo de alfabetização.

Começaram a se matricular crianças com Síndrome de Down, Baixa Visão, Hidrocefalia, Surdez Leve, Nanismo, Deficiência Intelectual, Transtornos Globais (autista clássico) que é acompanhado por uma professora habilitada em educação especial. Solicitamos uma sala de recurso ao MEC, e fomos contemplados com uma sala tipo I que funciona nos dois turnos (manhã e tarde), fizemos uma parceria com a APAE e temos uma sala de AEE que também atende os alunos da rede municipal.

Hoje já existe no plano de carreira o cargo de professor de Educação Especial. Para os professores da sala regular da creche ao fundamental II, que atendem estes alunos, elaborei um curso que está sendo realizado quinzenalmente, com o objetivo de orientar a parte teórica referente às deficiências e a parte prática com vídeos do MEC, site que ensina o Braille a LIBRAS e vídeos dos alunos que atendemos, relatando avanços e dificuldades do processo de inclusão pelos próprios professores. Ainda temos algumas barreiras que estão sendo supridas em relação à acessibilidade arquitetônica, mas estamos realizando as adaptações de acordo com a demanda necessária. Acredito que este é só o começo de uma educação de qualidade para todos, mas temos que percorrer um longo caminho.

Elaine Cristina dos Santos Negrão

Coordenadora Pedagógica da Diretoria de Educação de Bariri-SP | Licenciatura Plena em Pedagogia Licenciatura Plena em Educação Artística | Especialização em Educação Especial

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