Relatos iniciais do DIVERSA

A escola é um grande palco, onde o trabalho de formação e sensibilização em relação às diferenças deve estar presente com envolvimento de toda a comunidade escolar. É neste ambiente onde também se manifestam várias facetas do preconceito em todo ser humano, mas ninguém quer admitir. É necessário, portanto uma intervenção de forma continuada para que possamos: conhecer, enfrentar e refletir sobre as diferenças existentes no cotidiano escolar, principalmente na prática da Educação Física inclusiva e no Atendimento Educacional Especializado que tem sua contribuição na formação deste segmento. 

Este trabalho teve início a partir do momento que a escola Municipal Rozemar de Macedo foi contemplada para participar do Projeto: Portas Abertas para Inclusão (Esporte para Todos). Com o Início do curso, nos veio como tarefa principal, à elaboração do projeto, que era fazer inicialmente o levantamento da situação atual da educação/ escola, onde constavam as cinco (05) dimensões da educação inclusiva: Políticas Públicas; Gestão Escolar; Estratégias pedagógicas; Relação com as Famílias e Parcerias, no qual indicaríamos em cada uma delas, as barreiras e as parcerias, a fim de podermos com essas informações, elaborarmos o nosso projeto composto de objetivo, estratégias, indicadores e os avanços. 

Nosso objetivo é proporcionar o acesso à educação física nas séries iniciais do ensino fundamental, integrando suas ações as demais políticas públicas numa perspectiva inclusiva, visando à garantia de sua manutenção efetiva na grade curricular da escola. Para tal, nosso grupo utilizou inicialmente uma reunião com as famílias dos alunos da escola, mostrando através de slides, o Projeto Portas Abertas para Inclusão (Esporte para Todos) através do Instituto Rodrigues Mendes, a Fundació FC Barcelona e o UNICEF. Em seguida, a próxima estratégia foi à apresentação do projeto e sua implantação para os alunos do 1º ao 5º ano do turno da manhã com sua respectiva professora, onde foram mostradas as possíveis atividades que seriam desenvolvidas durante todo processo: atividades com utilização de bolas (percepção sinestésica, coordenação); atividades com arcos (organização espacial, coordenação, lateralidade), competência em dominar o corpo (percepção do corpo, lateralidade, direcionalidade), entre outros. Após a apresentação, os alunos fizeram muitas perguntas, tiraram dúvidas e até deram sugestões: Onde vão ser as aulas? Quando começa? Vamos jogar bola? Na sequência foi apresentado dois vídeos de curta duração para os alunos de cada sala, enfocando a questão atitudinal, cooperação e solidariedade. Após a apresentação houve sempre a interação com cada grupo. Como última estratégia, utilizamos nova reunião com os pais e posteriormente com os alunos, mostrando a todos através de foto/vídeo os diversos momentos vivenciados. 

Como avanços iniciais podemos observar a participação ativa e consciente dos alunos, sempre levando em consideração suas necessidades específicas e interesses, uma vez que, encontram um espaço de transformação e enriquecimento de que tem direito como pessoa, como cidadão. Esses avanços ainda preliminares, mas certamente promissores, mostram que com respeito às diferenças, ampliamos o trabalho coletivo e enfraquecemos alguns preconceitos. É fundamental oferecer o Atendimento Educacional Especializado, a educação física e o esporte para todos, independentes de raça, sexo, condição, uma vez que, as pessoas com deficiência têm também suas necessidades específicas e sua ocorrência não implica por si só em inaptidão para sua prática. É importante ainda assegurar a continuidade desse trabalho com as crianças do 1º ao 5º ano de ensino, para que se possa exercer desde cedo, uma mentalidade inclusiva.

 

Ana Rita Modesto (diretora da escola municipal Rozemar de Macedo lima)

Maria Luiza Gonçalves de Melo (Professora do AEE)

João Ferreira Marques Filho (Professor de Educação Física)

Participantes do projeto Portas Abertas para Inclusão (Esporte para Todos) – 2013

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