Relatos iniciais do DIVERSA

Eu trabalho com criança desde criança. Sempre gostei de trabalhar com grupos de criança. Juntava a gurizada da rua… mas nunca quis ser professora, porque eu achava que o modelo que eu concebia de professor não era aquilo que eu queria ser. Eu queria ser diferente. E com o tempo eu fui vendo que eu poderia vir a ser professora. Talvez uma professora um pouco diferente do comum. Ou não… (…) Dentro de sala de aula, nada é igual: nenhuma sala, nenhuma turma, nenhuma pessoa. E se tratando de turmas com situação de inclusão, é um novo universo. Mesmo eu tendo uma experiência de trabalho com crianças, jovens e adultos com necessidades de aprendizagem diferenciadas. Não dificuldades, mas o como aprender, porque todo mundo aprende. Isso para mim é ponto final.

Então, como fazer isso dentro de uma sala, no ensino formal? Adequar o currículo, práticas, tu vir programada, planejada e ter que mudar tudo isso porque por um motivo ou outro o aluno que está dentro dessa sala precisa de uma atenção diferenciada naquele momento. A aula é pensada. Existe um plano individualizado para esse aluno, mas não tem como não pensar em todos. Mas um por um. Cada um tem as suas dificuldades e aprende diferente. E a gente aprendeu que todos nós aprendemos igual! Esse é o grande desafio.

O que me deixou feliz aqui na escola é que eu me senti acolhida para fazer essa prática que eu tento mediar entre assuntos mais pontuais, que são os conteúdos necessários, e como relacioná-los dando sentido, dando significado, fazendo com que as crianças se construam.

E eu tive uma colega que me disse: “tu garante que ele aprende?” E eu disse: “Não… E tu, garante que os teus aprendem?” A gente não tem certezas, a gente tem bastante dúvidas. Bastante ansiedade. Bastante pesquisa.

SELMA MARIA TAUFER, PROFESSORA DAS SÉRIES INICIAIS

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